sexta-feira, 13 de julho de 2012

Casa "Nova"

Estamos nos sentindo que nem gente grande.
Compramos nossa casa no começo do ano.
Mas a casa "nova" deve ser uma das mais antigas do bairro, com muitos problemas, mas com muita potencialidade também.






De tão feia, um amigo apelidou de casa do Koopa.


Viram o Mário correndo de lá?

Dona Maria, avó de uma amiga nossa, é um bom exemplo da reação de algumas pessoas:
- Eu passei em frente à sua casa, e o que que é aquilo? Tá tudo quebrado!

Gravamos um vídeo no começo da obra. A essa altura uma casa pequena que ficava no segundo andar da casa principal já havia sido derrubada, e parte dos revestimentos tinha sido retirada.


Neste momento, mesmo com o desespero por conta da obra que estava devagar, e da data próxima em que teríamos que entregar a casa que alugamos, o Iuri não perdeu o bom humor:

http://www.youtube.com/watch?v=U9CPOz7YPHk

Pois é, esse é o meu marido, o dono da obra mais louco do mundo. Num fim de semana quando eu estava trabalhando, um dos pedreiros pediu para o Iuri esquentar a marmita no microondas, ele esquentou mas não tinha almoço pronto pra ele, e já estava tudo fechado no nosso bairro. O Iuri, cheio de fome, ficou olhando para a  lasanha do pedreiro, que acabou oferecendo um pedaço. E adivinha: ELE ACEITOU!!! Deve ter sido por isso que esse abandonou a obra.

Já o outro é gente boa, tanto que o Iuri usa o telefone celular dele porque o seu nunca está por perto. Eu vi e perguntei "Iuri, você tá usando o celular do pedreiro? ... coitado, tá acabando com os créditos.", a resposta: "O Chiquinho é meu amigo!"

Este vídeo foi gravado não tem muito tempo, e obviamente a casa não ficou pronta.

O jeito foi mudar pra casa da mamãe até o espaço ficar habitável.
Isso não é nenhum incômodo, já que ir pra casa da minha mãe é como tirar férias, e aliás, as minhas começaram nesta semana.
Por enquanto, ficamos com o projeto da casa:






Este é o meu projeto.


















O do Iuri é mais ou menos assim:








segunda-feira, 18 de junho de 2012

Hóspedes

Esses dias nós tivemos uma família de hóspedes nada bem-vindos no terraço de casa.

Eu demorei a perceber, já que raramente vou até o andar de cima, onde a minha única tarefa é estender e recolher roupa do varal, coisa que faço uma vez por semana.
O Iuri sim, montou seu estúdio lá, e tomou conta do espaço inteiro, sendo um frequentador mais assíduo.

Certo dia, subia eu pelas escadas com um monte de roupa molhada no ombro quando avistei um casal de pombos trazendo gravetos para cima do aparelho de ar condicionado do estúdio.

Claro que eu não fiz nada a respeito, e convoquei o homem da casa para resolver o assunto:

- Amor, tem um casal de pombos lá em cima.

- Eu sei, já vi.

Viu e não fez nada. Ele é o único que não sabe que pombos trazem doenças e sujam tudo. Mas eu também não iria me aproximar, até porque estaria em desvantagem de número, são dois contra uma.

Na semana seguinte, o pai sumiu (típico), o ninho já estava construído, e a parede toda suja. Aí eu me desesperei.

- Iuri, você tem que tirar aquele pombo lá de cima ... ele já construiu ninho, tá tudo sujo, pombo traz doença, eu não vou mexer lá, eu tenho medo daquele bicho, eu sei que você também não vai encostar neles, chama alguém pra fazer isso, agora que tem ninho ficou mais difícil, já era pra ter tirado esse pombo de lá antes!

- Tá bom, vou tirar.

Mas ele não tirou, e a coisa ficou ainda mais complicada quando nasceu o pombinho. E obviamente ainda não sabia voar.
Então ficamos os dois com pena do bichinho e resolvemos esperar ele crescer e saber se virar sozinho pra expulsá-lo.

O tempo passava e ele não voava, mas fazia barulho, que eu ainda não sabia que era do pombinho. O Iuri tratou de me esclarecer: "É o Henrique." Putz, agora o pombo tem nome.

Outro dia, o Kadu, um amigo mais corajoso, foi lá pra pegar o pombo, e quando se aproximou, o Henrique voou e não voltou mais. Nós ficamos pensando: "Que esperto! se deixasse o cara ia fazer 30 anos e não ia embora enquanto a mãe vinha e trazia comida. E agente pensando que ele não sabia voar."

Agora quem tá boladíssima é a mãe dele, que volta todo dia e não encontra o filho adolescente que resolveu viver a própria vida. Só fica arrulhando: "Grruuu, grrruuu, Cadê o moleque?"

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Cartão do Banco

Não é novidade que o Iuri perde as coisas, mas é a maneira como ele as encontra a parte mais interessante.

A cartão do banco é o que dá mais dor de cabeça. Pelo menos uma vez por semana ele fica temporariamente perdido por algumas horas, por sorte, meu marido tem um certo medo de bancos e atendentes de telemarketing e nunca pensa em ligar para pedir o bloqueio, e logo o cartão aparece em algum lugar.

Tão maltratado, o cartão já tinha uma dobra de uns 30° que impressionava os caixas. Mas Iuri sempre se defendia: "Tá quebradinho, mas tem dinheiro", ou se preocupava: "Não, não tenta desentortar".

Um dia, voltando do trabalho, Iuri percebeu (novamente) que não estava com o bendito no bolso, na carteira, na mochila, no porta-luvas do carro, no cesto de roupa suja, ou caído por aí como costuma estar.

Um amigo chegou com hora marcada para saírem para um ensaio, pediu que o acompanhasse até o Bob's, onde provavelmente ele deixou na hora do almoço.

Chegando lá, ninguém tinha visto cartão perdido nenhum, então só havia uma possibilidade, "Devo ter jogado no lixo com a bandeja!". Sim!, isto é possível se tratando de Iuri.

Não havia outro jeito, a não ser fuçar o lixo do Bob's na esperança de achar o cartão. E foi o que eles fizeram!, e melhor ainda, O CARTÃO NÃO ESTAVA LÁ!

Desistindo da saga em busca do cartão perdido, retornou cabisbaixo pra casa.

Então eu cheguei da rua sem saber de nada, fui verificar a correspondência e achei o Chapolin Colorado (apelido carinhoso do cartão vermelho do Santander) dentro da caixa do correio:

- Amor, o seu cartão do banco tava na caixa de correios.

- Não acredito! Eu procurei até no lixo do Bob's...

Como foi parar la? Uma aluna que passava em frente a nossa casa, viu o cartão no chão da calçada, reconheceu o dono, e devolveu pela caixa de correio. Simples assim.

O Chapolin Colorado não está mais entre nós (...1min de silêncio...). Como ele só funcionava em máquinas de loja, e não dava pra sacar dinheiro com ele (o caixa eletrônico não reconhecia), um dia comentei com meu gerente do banco que o cartão do meu marido estava nas últimas, e fui surpreendida com a notícia de que eu mesma poderia solicitar o cartão, era só dar o CPF dele. A boa esposa aqui sabe o CPF do marido de cor, e em algumas semanas o Chapolin se aposentaria.

Eu não podia imaginar a reação do Iuri quando eu disse que tinha solicitado um cartão novo: Ele ficou triste com a perda do amigo.

E como se o vermelhinho pressentisse o seu fim, neste mesmo dia parou de funcionar de vez.

sábado, 17 de março de 2012

Contribuição do sogro

Desde cedo o meu amor já aprontava. Como eu só o conheci com 22 anos, perdi bastante coisa.

Felizmente eu tenho a contribuição de quem esteve lá todo o tempo pra colecionar momentos inesquecivelmente cômicos.

Está aí a primeira contribuição do blog, do pai do Iuri, Eugenio Nascimento.

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O TREM FANTASMA

Numa dessas tardes em que os pais separados saem com seus filhos, eu resolvi levar os meus ao velho Tivoli Park, que ficava na Lagoa. Foram os meus dois e a agregada da nova relação. Gandhi tinha 8 anos, Iuri 3, Ana Eduarda 5. Iuri, o menor, não queria saber de brinquedos perigosos e assustadores. Ana Eduarda ia na onda dos dois e Gandhi, para mostrar que já era homem, só pensava no trem fantasma.
Quando já se aproximava a hora de ir embora, o moleque cismou que tinha que ir no trem de qualquer maneira. Só a insistência do Gandhi já apavorava os dois mais novos e Iuri dizia: vai não Gandhi, vai não Gandhi!...

Não houve jeito. Quando chegou, perto de nós, o trenzinho repleto de meninos assustados, Gandhi foi o primeiro a ocupar o trem bem no primeiro carrinho. O trem tinha seis carrinhos, mas por uma questão de economia de energia, ele partia somente com os carrinhos que tivessem sido ocupados. E ta lá o Gandhi sozinho à espera dos maiores monstros da Terra. Iuri, ainda lhe fez os últimos apelos: vai não Gandhi!

Como não aparecia mais ninguém para seguir viagem com meu filho, o operador da besta fera foi lá e desengatou os carros traseiros deixando que meu filho fosse sozinho para o mais terrível mundo de assustamentos. Iuri não falou mais nada. Gandhi já estava vermelho de medo quando o trem partiu.

Na fachada do trem existiam três varandas superpostas por onde as crianças passavam dando adeus para os pais. Mas daquela vez só passou o Gandhi dando um adeus revelador de um pedido de socorro urgente. Não esperei que ele passasse pela segunda varanda e exigi que o operador fosse buscar ele. Lá foi o operador num dos carrinhos que fora desligado, numa lentidão proposital para que o moleque voltasse morto de medo. Na terceira varanda já passaram os dois e cinco minutos depois chegaram o salvador e o náufrago. Gandhi vomitava, o passeio acabou ali e Iuri dizia: Viu Gandhi, Viu Gandhi...  

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Trancafiada em casa

Um dos objetos mais perdidos pelo Iuri são as chaves de casa.

Eu diria que ele perde suas chaves praticamente todos os dias (também perde a carteira, o cartão do banco, a carteira de motorista), mas costuma achar em algum canto da casa (sempre diferente) pouco depois.

Quando não, lá vou eu fazer outra cópia, acho que sou a cliente mais assídua do chaveiro do bairro.

Ano passado perdeu definitivamente 3 molhos de chaves. Com a reserva que eu fiz no início do ano, foram 4 que mandei fazer.

Então era sempre assim, quando perdia seu chaveiro, ficava com o reserva até eu fazer outra cópia a partir do original (que são, é claro, as minhas chaves que nunca perco).

Numa dessas, usando as chaves reservas, a do portão estava com problemas pra abrir por dentro, era um dia da minha folga e o Iuri estava saindo pra trabalhar. Ele pediu as minhas emprestadas e eu, ainda dormindo, disse que estavam dentro da minha bolsa.

Primeiro sinal da preguiça: ao invés de procurar dentro da bolsa, lá veio ele com a tal pra que eu procurasse.

Ok, peguei as chaves, entreguei a ele, e recomendei: "Não esquece de me devolver".

Iuri ficou chateado com o comentário, resmungou: "Tá bom ..." e saiu

Um pouco mais tarde, acordei, tomei banho, café, me arrumei pra sair (tinha uma consulta marcada), e tentei abrir a porta de casa. Trancada.

Procurei pelas minhas chaves e elas não estavam lá.

Fiquei furiosa, afinal eu tinha lembrado no mesmo momento que era pra ele me devolver minha chaves.

Procurei também pela agenda telefônica a fim de ligar pra escola e pedir pra ele vir me destrancar (o celular estava desligado com sempre), e a agenda também estava trancada, mas na varanda, do lado de fora de casa, pois meu esposo costuma guardar os objetos nos locais menos apropriados.

Depois de algumas manobras telefônicas para achá-lo - casa do meu avô, escola onde minha madrinha trabalha, escola onde o Iuri trabalha - e de deixar claro pra secretária da escola que eu precisava falar URGENTE com o professor Iuri, consegui falar com ele:

C: - Iuri, cadê as minhas chaves?

I: - Estão comigo. - (como se fosse obvio)

C: - Eu disse pra você me devolver.

I: - Eu ia te devolver quando eu chegasse. (maravilha, até meio dia se alguém me chamasse no portão eu não ia poder atender, ou pior, se a casa pegasse fogo, eu morreria carbonizada)

C: - IURI, EU TENHO MÉDICO MARCADO!

I: - Ah, desculpa, eu não sabia que você ia sair. (1º sabia sim, eu disse no dia anterior; 2º se eu não for sair, posso ficar trancada em casa?, isso é carcere privado, eu poderia ter chamado a polícia)

Cinco minutos depois, me surge o Iuri, nada satisfeito, pra me entregar as chaves. Me dá novamente a desculpa de que não sabia que eu iria sair e vai embora ainda chateado, como se ele tivesse razão.

Foi a primeira vez que suas perdas de chaves tiveram uma consequência pra mim, mas pra ele o esquecimento já trouxe muito prejuízo.

Pulou o muro diversas vezes por ter batido o portão (que só abre por fora com a chave) e ter deixado as benditas dentro de casa. O movimento rendeu alguns arranhões, não só nele. Da última vez mandou um aluno pular o muro pra ele para abrir o portão por dentro. Exploração do trabalho infantil ...

Enfim, resolvi contar essa história hoje, porque ontem ele cometeu o mesmo erro. Saiu de casa enquanto eu ainda dormia com as duas chaves no bolso (no dia anterior eu tinha alertado novamente pra ele não fazer isso).

A sorte (dele) foi que quando eu me dei conta e liguei pra reclamar, ele já estava na porta de casa com um pote de sorvete e uma lata Toddy pra mim. Me comprou com chocolate e eu esqueci rápido da mancada.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Achados e perdidos

Mais perdidos que achados.

Quando tiver oportunidade, vou montar um setor de achados e perdidos em casa.

Tanto aparecem objetos desconhecidos, como o cadeado do portão da casa do Fábio, a chave da casa da minha prima, um guarda-chuva que até hoje (1 ano depois) não descobri o dono, e principalmente material de escritório que, suponho, seja da escola onde meu amor dá aulas: grampeador, chaves de armários, várias canetas pilot ...

Quanto desaparecem outros menos comuns.

Uma vez foi o telefone sem fio. O Iuri sozinho em casa fez desaparecer o aparelho e procurou, procurou, nada do telefone (são muitas e longas ligações por dia, lá em casa que fala muito não é a mulher). Mais tarde teve sede e achou dentro da geladeira.

O celular então, já se hospedou na casa da maioria dos amigos e familiares, quando não, perdia o carregador.

Mas o maior deles foi o nosso carro. Não o de brinquedo, o de verdade.

O Iuri saiu pra trabalhar, voltou, e depois ficamos em casa. Perto da hora de dormir, sugeri: Iuri, vamos colocar o carro pra dentro.

Sugestão aceita, saímos no portão e não encontramos o carro.

E agora?

Foi quando ele lembrou que tinha deixado o carro na escola, foi de carro e voltou a pé.

Não é de se admirar, ele mesmo conta que perdia tudo desde pequeno. Na escola eram os lápis, as canetas, ia com e voltava sem. Até que sua mãe teve a ideia de amarrar o lápis no seu dedo, imaginando que seria impossível perder deste jeito.

Mesmo assim, foi com, e voltou sem.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Abrindo o blog

São tantas as histórias que vivo com meu amor, Iuri Nascimento, e tantas as vezes em que tenho que repeti-las para satisfazer o senso de humor dos nossos amigos, que preferi organiza-las em um blog.

Espero me lembrar de tudo, e com os detalhes que tornam as histórias mais interessantes.

Melhor começar pelo começo .... quando estávamos nos conhecendo, Iuri me convidou para sair, e como bom cavalheiro que é me levou em casa.

Mas havia uma pedra no caminho: cachorros na rua.

Eu morro de medo de cachorro! - foi o que ELE disse quando nos deparamos com uma matilha na entrada da vila onde ainda mora minha família.

Nesse momento, de defensor, o meu então futuro namorado passou a protegido, e quem assumiu a escolta fui eu, que passei a frente, e me pus entre os selvagens e o assustado.

Não me incomodei com a inversão de papeis, mas não contei com um detalhe. A vila é uma rua sem saída, e na volta ele teria que passar novamente pelo perigo. Na minha ignorância, fui dormir feliz, desconhecendo a aventura que ele vivia lá fora enfrentando sozinho aquelas feras. E ele conseguiu, mas só contou esta parte da história depois que começamos a namorar.

Acho que se alguém tinha que ter levado o outro pra casa, deveria ter sido eu.