sábado, 25 de fevereiro de 2012

Trancafiada em casa

Um dos objetos mais perdidos pelo Iuri são as chaves de casa.

Eu diria que ele perde suas chaves praticamente todos os dias (também perde a carteira, o cartão do banco, a carteira de motorista), mas costuma achar em algum canto da casa (sempre diferente) pouco depois.

Quando não, lá vou eu fazer outra cópia, acho que sou a cliente mais assídua do chaveiro do bairro.

Ano passado perdeu definitivamente 3 molhos de chaves. Com a reserva que eu fiz no início do ano, foram 4 que mandei fazer.

Então era sempre assim, quando perdia seu chaveiro, ficava com o reserva até eu fazer outra cópia a partir do original (que são, é claro, as minhas chaves que nunca perco).

Numa dessas, usando as chaves reservas, a do portão estava com problemas pra abrir por dentro, era um dia da minha folga e o Iuri estava saindo pra trabalhar. Ele pediu as minhas emprestadas e eu, ainda dormindo, disse que estavam dentro da minha bolsa.

Primeiro sinal da preguiça: ao invés de procurar dentro da bolsa, lá veio ele com a tal pra que eu procurasse.

Ok, peguei as chaves, entreguei a ele, e recomendei: "Não esquece de me devolver".

Iuri ficou chateado com o comentário, resmungou: "Tá bom ..." e saiu

Um pouco mais tarde, acordei, tomei banho, café, me arrumei pra sair (tinha uma consulta marcada), e tentei abrir a porta de casa. Trancada.

Procurei pelas minhas chaves e elas não estavam lá.

Fiquei furiosa, afinal eu tinha lembrado no mesmo momento que era pra ele me devolver minha chaves.

Procurei também pela agenda telefônica a fim de ligar pra escola e pedir pra ele vir me destrancar (o celular estava desligado com sempre), e a agenda também estava trancada, mas na varanda, do lado de fora de casa, pois meu esposo costuma guardar os objetos nos locais menos apropriados.

Depois de algumas manobras telefônicas para achá-lo - casa do meu avô, escola onde minha madrinha trabalha, escola onde o Iuri trabalha - e de deixar claro pra secretária da escola que eu precisava falar URGENTE com o professor Iuri, consegui falar com ele:

C: - Iuri, cadê as minhas chaves?

I: - Estão comigo. - (como se fosse obvio)

C: - Eu disse pra você me devolver.

I: - Eu ia te devolver quando eu chegasse. (maravilha, até meio dia se alguém me chamasse no portão eu não ia poder atender, ou pior, se a casa pegasse fogo, eu morreria carbonizada)

C: - IURI, EU TENHO MÉDICO MARCADO!

I: - Ah, desculpa, eu não sabia que você ia sair. (1º sabia sim, eu disse no dia anterior; 2º se eu não for sair, posso ficar trancada em casa?, isso é carcere privado, eu poderia ter chamado a polícia)

Cinco minutos depois, me surge o Iuri, nada satisfeito, pra me entregar as chaves. Me dá novamente a desculpa de que não sabia que eu iria sair e vai embora ainda chateado, como se ele tivesse razão.

Foi a primeira vez que suas perdas de chaves tiveram uma consequência pra mim, mas pra ele o esquecimento já trouxe muito prejuízo.

Pulou o muro diversas vezes por ter batido o portão (que só abre por fora com a chave) e ter deixado as benditas dentro de casa. O movimento rendeu alguns arranhões, não só nele. Da última vez mandou um aluno pular o muro pra ele para abrir o portão por dentro. Exploração do trabalho infantil ...

Enfim, resolvi contar essa história hoje, porque ontem ele cometeu o mesmo erro. Saiu de casa enquanto eu ainda dormia com as duas chaves no bolso (no dia anterior eu tinha alertado novamente pra ele não fazer isso).

A sorte (dele) foi que quando eu me dei conta e liguei pra reclamar, ele já estava na porta de casa com um pote de sorvete e uma lata Toddy pra mim. Me comprou com chocolate e eu esqueci rápido da mancada.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Achados e perdidos

Mais perdidos que achados.

Quando tiver oportunidade, vou montar um setor de achados e perdidos em casa.

Tanto aparecem objetos desconhecidos, como o cadeado do portão da casa do Fábio, a chave da casa da minha prima, um guarda-chuva que até hoje (1 ano depois) não descobri o dono, e principalmente material de escritório que, suponho, seja da escola onde meu amor dá aulas: grampeador, chaves de armários, várias canetas pilot ...

Quanto desaparecem outros menos comuns.

Uma vez foi o telefone sem fio. O Iuri sozinho em casa fez desaparecer o aparelho e procurou, procurou, nada do telefone (são muitas e longas ligações por dia, lá em casa que fala muito não é a mulher). Mais tarde teve sede e achou dentro da geladeira.

O celular então, já se hospedou na casa da maioria dos amigos e familiares, quando não, perdia o carregador.

Mas o maior deles foi o nosso carro. Não o de brinquedo, o de verdade.

O Iuri saiu pra trabalhar, voltou, e depois ficamos em casa. Perto da hora de dormir, sugeri: Iuri, vamos colocar o carro pra dentro.

Sugestão aceita, saímos no portão e não encontramos o carro.

E agora?

Foi quando ele lembrou que tinha deixado o carro na escola, foi de carro e voltou a pé.

Não é de se admirar, ele mesmo conta que perdia tudo desde pequeno. Na escola eram os lápis, as canetas, ia com e voltava sem. Até que sua mãe teve a ideia de amarrar o lápis no seu dedo, imaginando que seria impossível perder deste jeito.

Mesmo assim, foi com, e voltou sem.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Abrindo o blog

São tantas as histórias que vivo com meu amor, Iuri Nascimento, e tantas as vezes em que tenho que repeti-las para satisfazer o senso de humor dos nossos amigos, que preferi organiza-las em um blog.

Espero me lembrar de tudo, e com os detalhes que tornam as histórias mais interessantes.

Melhor começar pelo começo .... quando estávamos nos conhecendo, Iuri me convidou para sair, e como bom cavalheiro que é me levou em casa.

Mas havia uma pedra no caminho: cachorros na rua.

Eu morro de medo de cachorro! - foi o que ELE disse quando nos deparamos com uma matilha na entrada da vila onde ainda mora minha família.

Nesse momento, de defensor, o meu então futuro namorado passou a protegido, e quem assumiu a escolta fui eu, que passei a frente, e me pus entre os selvagens e o assustado.

Não me incomodei com a inversão de papeis, mas não contei com um detalhe. A vila é uma rua sem saída, e na volta ele teria que passar novamente pelo perigo. Na minha ignorância, fui dormir feliz, desconhecendo a aventura que ele vivia lá fora enfrentando sozinho aquelas feras. E ele conseguiu, mas só contou esta parte da história depois que começamos a namorar.

Acho que se alguém tinha que ter levado o outro pra casa, deveria ter sido eu.